Pensando sobre que presente seria perfeito para uma amiga em seu aniversário, percebi quão mal acostumado estamos.
Normalmente, presenteamos os amigos, os filhos, os recém conhecidos, sempre com algo material, e, algumas vezes necessitamos que o presente seja grande, ou caro como que, para provar algo, embora este não prove absolutamente nada.
É apenas uma necessidade nossa.
Me faz pensar também como nós, pais, prometemos muita coisa aos nossos filhos.
Continuando a busca incessante, de o que presentear, cheguei a seguinte conclusão; você aí que está lendo, pode pensar também em mil e uma coisas como se estivesse em meu lugar. É muito difícil.
Gostaria de entender porque nós só presenteamos coisas tangíveis? Parece que não há criatividade.
Nós, os pais, somos os maiores incentivadores de desejos, os mais difíceis possíveis. Além disso, quando não conseguimos o que os nossos filhos pedem, nos sentimos frustrados.
Se pudéssemos, dominaríamos o mundo inteiro para dar de presente ao nosso filho. Outros querem dar a lua, ou quem sabe o mar.... sei lá... é cada vontade e cada desejo que eu não mais me surpreendo. Dia desses, me peguei oferecendo Vênus para a minha filha, como no livro “Castelo de vidro”.
O mundo não é de ninguém, e é de todos. Assim também os astros, o universo e tudo que nele há. Fomos treinados, acostumados a dar apenas coisas materiais, e principalmente a sentir falta daquilo que não temos. Assim, passamos todo o tempo de nossa vida, sem tempo de olhar para o que temos. Sem tempo para agradecer o que recebemos diariamente.
Somos cheios de grandes coisas e queremos exatamente o que não está por perto. Sempre queremos o mais difícil, o mais complicado. Desde que esteja ali, por perto, que possamos mostrar como um troféu.
Penso que deveríamos oferecer aos nossos filhos, doses de carinho, de bem-estar, de caráter, respeito, amostras de dignidade, responsabilidade, de muito amor, para que, mais tarde quando adultos possam repassar para os filhos e serem pessoas capazes de se sentirem completas. Sem que necessite mendigar carinho ou qualquer outro sentimento. Que eles possam ser cheios de todas essas virtudes e qualidades que a maioria das pessoas busca hoje em dia.
São vazias, incompletas e vagas.
Pessoas bem resolvidas são pessoas que tiveram dos pais carinho, atenção e muito amor.
Consequentemente serão pessoas estruturadas e capazes de administrar, viver em harmonia com a família, com os amigos e com os vizinhos.
São o amor e a segurança que a criança recebe dos pais nos primeiros anos de vida que lhe conferirão a segurança interior que resultará na capacidade de amar a si, aos outros e à vida e, portanto, construir uma pessoa feliz e saudável.
Amemos nossos filhos.
Um forte abraço e uma boa semana.
Amélia Aragão
Enviado por Amélia Aragão em 25/01/2009
Alterado em 25/01/2009