Textos
Desce deste pedestal
Não subiste por mérito teu
Aí te colocaram
No chão é o teu lugar
Amarga esse tempo
Chegou tua vez
De sentir o que ao povo
Se fez
Os muitos iludidos
Sozinhos, perdidos
Penaram por causa
Dos teus grilhões
Desce do teu pedestal
Encara a fúria do povo
Que mantiveste silente
Com tua maligna opressão
Aproveita o teu próprio desprezo
E curte a fúria da solidão
Te corroendo por dentro
Com uma tão grande ingratidão
Bebe o teu próprio veneno
Anda no teu deserto
Fétido, ausente, escuro
Não voltes nunca mais.
Amélia Aragão
Enviado por Amélia Aragão em 16/10/2008
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